segunda-feira, 25 de junho de 2012

Vírus 'Flame' foi desenvolvido pelos Estados Unidos e Israel, diz jornal

O mesmo programa secreto que deu origem ao vírus "Stuxnet", que destruiu centrífugas de enriquecimento do Irã, também produziu a praga de espionagem "Flame", de acordo com uma reportagem do jornal norte-americano "The Washington Post" (acesse aqui).
O jornal cita um "ex-oficial de inteligência do alto escalão", que explica que o Flame teria sido criado para coletar dados de redes iranianas e "preparar o campo de batalha para outras ações secretas". De acordo com estatísticas das empresas antivírus, o Irã é o país mais infectado pelo Flame, seguido de Israel.
O "New York Times" publicou no dia 1° de junho que o governo norte-americano tem uma iniciativa secreta de codinome "Jogos Olímpicos". A operação envolve o uso de pragas digitais com o objetivo de interferir no programa nuclear iraniano. A ação, segundo o jornal, é realizada em parceria com Israel, em parte para impedir que o país tome medidas militares comuns contra o Irã. A reportagem do "NYT", porém, informou que nenhum oficial confirmou que o "Flame" fazia parte do programa.
Na semana passada, pesquisadores antivírus confirmaram que o Stuxnet e o Flame tinham um componente em comum, indicando que os dois códigos teriam sido desenvolvidos por equipes que tiveram contato entre si. Assim, o Flame seria, também, resultado de uma colaboração entre Estados Unidos e Israel. A reportagem do "The Washington Post" é a primeira que atribui a ligação entre as pragas a um oficial do governo norte-americano.
Três vírus expostos
O vírus Duqu também foi desenvolvido pela mesma equipe do Stuxnet, devido a diversas semelhanças no código, e apareceu na reportagem do "New York Times" com o nome de "beacon". O Duqu coletava exatamente as informações que foram necessárias para o desenvolvimento do Stuxnet.
Diferentemente do vírus Stuxnet, que tem como objetivo danificar as centrífugas de usinas de enriquecimento de urânio, o Flame tem apenas capacidades de espionagem, incluindo a captura de telas, teclas e de áudio por meio de algum microfone ligado ao computador.
O ex-oficial citado pelo "The Washington Post" indicou que outros ataques, além desses três, podem estar ocorrendo. "Embora seja possível se defender do Flame, isso não significa que não existam outras ferramentas em jogo e que estejam funcionando efetivamente", afirmou.
Em uma entrevista concedida nesta segunda-feira (18) ao site "Network World", o especialista em segurança Bruce Schneier afirmou que as ações do governo norte-americano são "perigosas". Schneier comentou que é preciso debater o uso de "ciberarmas". "É vital para a sociedade e para o ciberespaço que comecemos essas discussões agora", alertou.

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