domingo, 24 de junho de 2012

ACIDENTES AUMENTAM POR USO DE CELULAR AO VOLANTE










Não é novidade, Atender o telefone celular enquanto dirige só para pedir que liguem depois. Quem nunca fez isso? Muitas pessoas acreditam que esses poucos segundos ao celular são inofensivos e não lhes trará perigo algum.
No entanto, segundo o comandante da Companhia Independente de Policiamento de Trânsito (CIPtran), major Adriano Lucena, o que elas não sabem é que só ao ouvir o toque do celular e procurá-lo para atender, seu risco de acidentes já se elevou em quase 100%.
Diante de tanto perigo, autoridades do trânsito são taxativas ao afirmarem que celular e direção não combinam. “No trânsito as coisas acontecem muito rápido e as pessoas precisam estar atentas o tempo todo. E atenção e uso do celular não combinam quando o ambiente é o trânsito. Quando o celular toca, o cérebro trabalha em quatro frentes:
a audição, a verbalização, dá atenção ao que está ouvindo e tudo isso guiando um veículo com toda a atenção que requer o trânsito. Por isso, os riscos de acidente aumentam muito”, alertou.
Um estudo divulgado no final do ano passado mostra que usar o telefone celular para conversar enquanto se dirige é tão perigoso quanto ingerir bebidas alcoólicas. O perigo é similar a uma embriaguez moderada.
O resultado do estudo realizado na Universidade de Rostok, na Alemanha, mostrou que o tempo de reação de pessoas conversando ao telefone era menor do que pessoas que tinham entre quatro e cinco gramas de álcool por 100 ml de sangue. A pesquisa mostra que, ao usar o celular, a resposta a estímulos que requeiram atenção também diminui, dentre uma série de outros pontos.

Motociclistas correm mais risco de acidente ao atender celular
Engana-se quem pensa que atender o celular enquanto dirige é uma prática atribuída apenas aos motoristas de carros. Os motociclistas, segundo o major Lucena, também contribuem para o crescimento das estatísticas de infrações ligadas ao uso do celular no trânsito. Os perigos de se envolver em acidentes, no entanto, nesse caso, são bem maiores.
O motociclista Joacy Araújo conta que atender o celular quando ele toca no trânsito acaba sendo uma prática comum e que é feita com naturalidade por ele. “Quando o telefone toca, eu o coloco dentro do capacete e atendo a ligação. Outras vezes eu o retiro e outras eu paro a moto para atender, mas não é sempre. Sei dos perigos que corro fazendo isso, mas atender acaba sendo uma reação natural”, disse.
Para o motociclista, os riscos aumentam muito nestes casos. “A moto é um veículo de duas rodas, portanto o equilíbrio não é algo fácil e se equilibrar desviando a atenção entre o trânsito e o celular é mais complicado ainda.
O condutor acaba reagindo de forma mais lenta, não usa o retrovisor e tudo isso contribui para a ocorrência de acidentes”, pontuou.
Alguns motociclistas, assim como motoristas de carros, optam pelo uso do fone de ouvido na hora de atender as ligações no trânsito. Esse também não é um comportamento adequado, pois, apesar de não obrigar a retirada de uma das mãos do volante, desvia, da mesma forma, a atenção do condutor para a conversa. “As pessoas têm uma capacidade muito grande de burlar regras, bem maior do que a capacidade de se adequar a elas, mas isso traz consequências muito sérias”, disse.
Dados da Ciptran mostram que em 2011 foram registradas 173 autuações de motociclistas dirigindo e falando ao celular. Essa é uma infração punida com multa de R$ 85,13 e perda de quatro pontos na certeira.

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